Um Directed Acyclic Graph (DAG) é uma estrutura de dados formada por nós ligados por arestas direcionadas, cuja característica essencial é a ausência de ciclos. No universo da tecnologia blockchain, o DAG surgiu como uma alternativa inovadora às estruturas tradicionais, proporcionando maior capacidade de processamento de transações e escalabilidade superior.
O conceito de Directed Acyclic Graph nasceu na ciência da computação e na matemática, tendo sido primeiramente empregado para solucionar problemas de escalonamento de tarefas e processamento de dados. No setor de blockchain, as primeiras aplicações em larga escala surgiram por volta de 2015, destacando-se a IOTA como um dos projetos pioneiros de criptomoeda a utilizar essa arquitetura, seguida por Byteball (posteriormente renomeada para Obyte), Nano e outros. Diferentemente da sequência linear característica das blockchains clássicas, o DAG possibilita a validação e confirmação paralela de múltiplas transações, mitigando diversas limitações intrínsecas aos sistemas convencionais.
No DAG, cada nova transação deve validar pelo menos duas transações anteriores para ser aceita na rede, formando uma estrutura em teia, e não uma cadeia linear. O modelo do DAG elimina o conceito de blocos das blockchains tradicionais; aqui, as transações referenciam e confirmam-se mutuamente e de forma direta. Conforme uma transação é citada, direta ou indiretamente, por outras transações subsequentes, seu nível de confirmação na rede é elevado. Essa abordagem elimina a necessidade de mineradores agruparem transações em blocos, permitindo, teoricamente, transações sem taxas e confirmações quase instantâneas.
Apesar de oferecer escalabilidade excepcional, a tecnologia DAG enfrenta desafios e riscos relevantes. O principal é a segurança: especialmente em ambientes de baixa participação, as estruturas DAG podem ficar mais expostas a ataques de 51%. Ademais, a complexidade dessa tecnologia tem restringido a adoção por parte de desenvolvedores e usuários, e o conjunto de ferramentas e ecossistemas de suporte ainda está em fase inicial. No que diz respeito à descentralização, algumas implementações de DAG incorporaram elementos centralizados, como coordenadores, para reforçar a segurança, o que contraria o princípio fundamental da descentralização nas blockchains. Por fim, a regulamentação dessas tecnologias disruptivas permanece indefinida, o que pode dificultar sua adoção em larga escala.
O DAG representa um avanço relevante na evolução da tecnologia blockchain, ao atacar de forma inovadora os desafios de capacidade e escalabilidade das blockchains tradicionais. Com o amadurecimento da tecnologia e a ampliação de casos de uso concretos, o DAG tende a assumir papel central em áreas como pagamentos para IoT e microtransações. Contudo, sua consolidação como substituto definitivo das blockchains tradicionais dependerá do progresso simultâneo em segurança, descentralização e desenvolvimento do ecossistema.
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