As empresas de tecnologia vão transferir a terceirização para a África
A África está se tornando um novo centro para a terceirização de processos de negócios (BPO), desafiando líderes do setor como a Índia e as Filipinas. É o que publica a The Economist.
O baixo custo da mão de obra, o jovem pessoal de língua inglesa e o apoio dos governos atraem empresas internacionais para a região. Isso pode resolver o problema do desemprego no continente, onde três em cada quatro jovens não estão empregados.
Um fator chave é a diferença nos salários. No Quénia, um funcionário de uma empresa BPO ganha em média $233 por mês, enquanto nas Filipinas ganha $284. Os custos de conduzir negócios em países africanos são 60-70% mais baixos do que nos EUA ou na Europa. Os governos do Quénia, Nigéria e África do Sul incentivam ainda mais o setor com isenções fiscais e subsídios.
De acordo com as previsões, o setor de BPO na África crescerá 14% ao ano, quase o dobro das taxas globais. No Quênia, espera-se um crescimento de 19%. Por exemplo, a empresa CCI Global já abriu um novo call center no país com 5000 postos de trabalho.
Riscos e ameaça da automação
No entanto, o crescimento tem seu lado negativo. Os funcionários queixam-se das más condições de trabalho, especialmente os moderadores de conteúdo.
No Quénia, ex-moderadores processaram a Meta e o seu contratante Sama. Após isso, a Meta transferiu parte das operações para Gana, o que revela outro problema — as empresas podem facilmente mudar de jurisdição quando surgem dificuldades.
A principal ameaça para o setor continua a ser a inteligência artificial. De acordo com a Genesis Analytics, mais de 40% das tarefas atuais no setor BPO africano estão sob alto risco de automatização.
Operações simples como a marcação de imagens estão a tornar-se obsoletas. Elas estão a ser substituídas por tarefas mais complexas: verificação de textos gerados por IA ou tratamento de pedidos que exigem empatia.
A longo prazo, o sucesso da África no mercado de outsourcing depende da capacidade de realizar trabalhos mais complexos e bem remunerados. Para isso, os países precisam investir em educação e formar profissionais na área de ciências da computação e inteligência artificial.
Recordamos que em fevereiro a Altvest se tornou a primeira empresa africana a ter bitcoin no tesouro.
Na África, já estão a utilizar blockchain para resolver problemas reais.
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As empresas de tecnologia vão transferir a terceirização para a África
As empresas de tecnologia vão transferir a terceirização para a África
A África está se tornando um novo centro para a terceirização de processos de negócios (BPO), desafiando líderes do setor como a Índia e as Filipinas. É o que publica a The Economist.
O baixo custo da mão de obra, o jovem pessoal de língua inglesa e o apoio dos governos atraem empresas internacionais para a região. Isso pode resolver o problema do desemprego no continente, onde três em cada quatro jovens não estão empregados.
Um fator chave é a diferença nos salários. No Quénia, um funcionário de uma empresa BPO ganha em média $233 por mês, enquanto nas Filipinas ganha $284. Os custos de conduzir negócios em países africanos são 60-70% mais baixos do que nos EUA ou na Europa. Os governos do Quénia, Nigéria e África do Sul incentivam ainda mais o setor com isenções fiscais e subsídios.
De acordo com as previsões, o setor de BPO na África crescerá 14% ao ano, quase o dobro das taxas globais. No Quênia, espera-se um crescimento de 19%. Por exemplo, a empresa CCI Global já abriu um novo call center no país com 5000 postos de trabalho.
Riscos e ameaça da automação
No entanto, o crescimento tem seu lado negativo. Os funcionários queixam-se das más condições de trabalho, especialmente os moderadores de conteúdo.
No Quénia, ex-moderadores processaram a Meta e o seu contratante Sama. Após isso, a Meta transferiu parte das operações para Gana, o que revela outro problema — as empresas podem facilmente mudar de jurisdição quando surgem dificuldades.
A principal ameaça para o setor continua a ser a inteligência artificial. De acordo com a Genesis Analytics, mais de 40% das tarefas atuais no setor BPO africano estão sob alto risco de automatização.
Operações simples como a marcação de imagens estão a tornar-se obsoletas. Elas estão a ser substituídas por tarefas mais complexas: verificação de textos gerados por IA ou tratamento de pedidos que exigem empatia.
A longo prazo, o sucesso da África no mercado de outsourcing depende da capacidade de realizar trabalhos mais complexos e bem remunerados. Para isso, os países precisam investir em educação e formar profissionais na área de ciências da computação e inteligência artificial.
Recordamos que em fevereiro a Altvest se tornou a primeira empresa africana a ter bitcoin no tesouro.
Na África, já estão a utilizar blockchain para resolver problemas reais.